Famílias Resilientes
No dia 16 de Novembro de 2007 fui ao congresso "Para além da diferença: desafios e oportunidades", organizado pela APPC, núcleo de Faro e tive a oportunidade de assistir a uma comunicação sobre Família e Resiliência, apresentada pela Pedopsiquiatra Paula Vilariça do Hospital D. Estefânia. Na altura e se bem me lembro fiquei contente com a apresentação uma vez que, e de acordo com aquilo que eu entendí, a minha família apesar de tudo era uma família resiliente.
Resiliência - capacidade de um material para recuperar a sua forma após ter sido exposto a uma força deformante. E, de acordo com os meus apontamentos, as famílias resilientes:
- Equilibram as necessidades da criança com as outras necessidades da família;
- Mantêm limites familiares claros;
- Atribuem significados positivos à situação;
- Mantêm a flexibilidade familiar;
- Mantêm a coesão familiar;
- Fazem esforços activos de adaptação;
- Mantêm a integração social;
- Desenvolvem esforços de colaboração com os técnicos.
Estratégias para estimular a resiliência familiar:
- Tornar o tempo uma prioridade;
- Manter as perspectivas;
- Criar uma rede suporte;
- Procurar ajuda profissional;
- Ter folgas;
- Brincar.
Famílias resilientes sim, mas não duma forma contínua ou progressiva, até porque os avós vão envelhecendo e por vezes afastam-se da família, os filhos enquanto pequenos e jovens estão presentes e colaboram com os pais, mas com o tempo também têm de conquistar a sua própria autonomia, os tios e sobrinhos, no nosso caso, estão separados da nossa família por barreiras geográficas e os amigos esses com o tempo vão-se afastando, até porque o pai e a mãe do Pedro têm menos tempo livre para conviver com qualidade com eles.
Enfim, aquilo que eu gostaria de perguntar a outras famílias resilientes (ou não) é se não sentem que com o tempo, a família que luta pela resiliência acaba (ou não) por ficar isolada e constituída pelo núcleo pai/mãe/filho deficiente, na melhor das hipóteses, até porque muitas vezes é apenas constiuida por mãe/filho deficiente e sendo assim acaba por não satisfazer os requisitos necessários para ser uma família resiliente.
Caso contrário, ou seja famílias que continuam a ser e a acreditar, apesar do decorrer do tempo, que é possível ser uma família resiliente, agradeço que o testemunhem de forma a todos nós aprendermos a dar continuidade ao conceito de FAMÍLIA RESILIENTE.
Um beijo, mãe do Pedro.
8 comentários:
Um bom post, informado e útil, generoso porque transmite um conceito que pode e deve ser alargado a todos os núcleos familiares, a todas as equipas de vida. Sim, o tempo, sim, as prioridades, sim, o conceito de família. Temos que nos antecipar às dificuldades, abrir o caminho para o sol chegar a nós. Um abraço a todos e uma óptima semana.
Por enquanto a família que conheço é não resiliente, mas espero que com o tempo se torne Resiliente. Gostei do conceito...No entanto não é fácil e acredito que a grande maioria seja não resiliente pois abarca também uma estrutura moral de formação muito forte...Penso eu! Ainda bem que o Pedro beneficia de uma família resiliente. Infelizmente nem todos têm essa sorte. Muito Obrigado pela partilha. LINA.
Ui...melhor ler e calar...eu tento tudo isso.
Deixo a avó do JP ajudar, fica na casa dele sempre de Sábado para Domingo...ele adora.
Mas a maioria das vezes, é JP sempre à frente de tudo e todos. Acabo por não conviver muito com os amigos...acabo por me isolar mais do que gostaria, devido à condicionantes dos horários que mantemos. Mas prefiro isso ao sentimento de que podia fazer mais. Também gostaria de ter tempo para ter outro filho, mas como não encontro nenhum buraquinho disponível, está posto de parte...
JP em primeiro lugar. Acho que isto exclui-me do grupinho dos resilientes...mas vamos tentar melhorar. Um grande beijo e obrigada por este post maravilhoso.
A minha experiencia neste caso na ajudará muito, primeiro porque o meu filho ainda é pequeno e depois porque a evolução dele tem sido sempre tão surpreendentemente boa que assim é fácil, digamos que não preciso de muita resiliência.
Mas eu penso que a resiliência não é um conjunto de regras que tentamos levar a cabo para nos tornarmos resilientes, ou uma família resiliente, é uma característica que cada um de nós tem ou não, tal como a paciência, ou a perseverança, aliás penso que a resiliência será uma misto de resistência com paciência que nos ajuda a superar e a nos adaptarmos às adversidades, sejam elas quais forem.
Claro que quando há um pai e uma mãe resilientes tudo fica mais fácil na altura das adversidades e se calhar é a isso a que chamamos famílias resilientes. Um filho com necessidades especiais é um grande desafio que com o tempo se vai tornando desgastante e exigente para qualquer família mas concordo plenamente que o Pedro tem (pelo menos) um pai e uma mãe resilientes e portanto tem uma família resiliente.
Cristina
http://blogs.clubedospais.pt/ccsantos
Sim as Mães ficam Sempre...
e alguns Pais (Poucos!) e o resto é muita "cantiga"!
mas os Jovens Pais têm o direito em acreditar, e o Tempo lhes dirá. Por mim todos os dados foram lançados, e por isso estou contente, porque sinto que sou uma resistente, resiliente não, é o que querem de nós para se ausentarem, resiliência está próxima dos Super- , e eu Não, mas todos os Pais têm o Direito em Acreditar e de Sonhar!
E as Mães ficam Sempre!
Não posso deixar de agradecer a todas as MÃES o vosso testemunho, o meu muito obrigada. Não deixo de pensar principalmente depois de ler o último comentário que são as mães a darem o seu testemunho. Gostei de ler o comentário da mãe grilinha, muito positivo e a acreditar sempre no seu J.P., embora se me é permitido acredito que os irmãos são uma fonte de riqueza insubstituível. No caso da mãe Cristina que tem um filho quase sem problemas, embora a epilepsia seja uma constante preocupação, concordo quando diz que a resiliência não é um conjunto de regras que tentamos levar a cabo para nos tornarmos resilientes, a resiliência será uma misto de resistência com paciência que nos ajuda a superar e a nos adaptarmos às adversidades, sejam elas quais forem.
O último comentário a meu ver, é um comentário maduro e de alguma forma desprovido de floreados, mas há sempre um mas, e aquilo que eu gostaria de dizer à mãe do último comentário e apesar do meu Pedro ainda ter 8 anos é que não devemos permitir-nos a deixar de acreditar, até porque do creditar depende a nossa própria sobrevivência, como diz a amiga Maria, abrir o caminho para o sol chegar a nós. Muito teria de escrever, embora esta história do blog cumpra a sua nobre missão, falta sempre algo por comentar. Um grande beijo e bem hajam.
sim e repetindo:"...mas todos os Pais têm o direito em Acreditar e de Sonhar!
e as Mães ficam Sempre!
parece que não percepcionou a minha última frase. com todo o Respeito.
nota: também o uso de Maiúsculas tem o seu Significado, um Abraço.
POis é por aqui fico com as minhas dúvidas em relação á resiliência, pois o pai balda-se a maior parte das vezes ás funções de pai e então cá em casa é mais ~mãe/ filha, por isso ainda há muito a ajustar..
Tudo de bom
Beijinhois da alcateia
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