domingo, tarde solarenga, depois do almoço, o pedro dorme a "siesta", a irmã do pedro estuda para os testes da semana que começa, o irmão do pedro está algures com os amigos, a mãedopedro saíu para preparar as aulas da semana que começa, porque em casa é difícil a concentração. recebo a visita do p. e da i., tomamos café. o p. é meu amigo desde os bancos da escola, não temos necessidade de estarmos sempre juntos, mas sabemos que quando precisamos um do outro, o outro estará lá. foi a primeira pessoa a quem telefonei aquando da morte da minha mãe. a i., é mais "habitueé" cá de casa, embora seja uma amiga mais recente. falamos disto e daquilo e entretanto o pedro acorda. vou buscá-lo ao quarto. quando entra na cozinha, faz imediatamente o nome gestual da i. e dando pulos de alegria lança-se nos seus braços. depois olha para o p. e sorri-lhe também. relembro-lhe o nome gestual que inventámos para o p., e ele repete-o. agarra na mão do p. e arrasta-o, no seu passo atabalhoado até à sala, onde ainda estão no chão os brinquedos com que tinha estado a brincar antes do almoço. faz para o p. o gesto de sentar e o de brincar. sentamo-nos todos no chão da sala e o pedro apanha uma lata com brinquedos. não a consegue abrir sozinho e pede a ajuda do p.. a lata contém miniaturas de animais. o pedro escolhe imediatamente os cavalinhos que adora (efeitos da hipoterapia?) e faz o gesto correspondente. p. não sabe muita língua gestual, apenas alguns gestos que aprendeu cá em casa, i. fez questão de aprender língua gestual para poder comunicar com o pedro, foi nossa colega quando nós iniciámos as aulas, embora depois tenha interrompido, ocupada pelos afazeres vários da vida. brincamos um bocado com os animais em miniatura e eu, o pedro e a i. vamos ensinando ao p. os diversos gestos, gato, cão, girafa, porco. passamos para os carrinhos, a tarde vai decorrendo calma, a janela aberta para a varanda, o sol a entrar. conto ao p. os progressos do pedro, as histórias ao deitar, a integração na escola, falamos de tecnologias, da história da operação. vamos para a varanda, jogamos à bola com o pedro, p. comenta os avanços do pedro na autonomia da marcha. falamos dos últimos filmes que vimos, dos últimos discos que ouvimos, o sol vai baixando lentamente, ouvem-se as gargalhadas do pedro às voltas com a bola e com as pequenas caminhadas sem apoio. p. e i. têm que se ir embora, eu e o pedro de mãos dadas acompanhamo-los à porta e ficamos a dizer adeus enquanto eles saem e desaparecem na esquina. p. diz-me ainda que tenho que cortar a relva e eu digo-lhe, pois, não tenho tido tempo...
lembro-me então do post "amigos" que tinha escrito no dia anterior.
hoje, dia de aulas de língua gestual, i. apresentou-se para retomar a sua aprendizagem.