sexta-feira, setembro 26, 2008

partir a loiça

apetece-me partir a loiça. o meu silêncio aqui deve-se ao descontentamento com este blog, com o rumo que está a tomar, por se ter tornado uma janela aberta para a nossa vida. quando o começámos, eramos anónimos e tinhamos toda a liberdade de deitar cá para fora o que nos ia na alma, mas aos poucos, muita, demasiada gente que nos rodeia foi tendo acesso aqui e essa liberdade perdeu-se. técnicos que trabalham com o pedro têm acesso ao blog, é preciso ter cuidado com o que se escreve sobre os técnicos que trabalham com o pedro. o avô que abandonou o barco tem o endereço do blog, é preciso ter cuidado com o que se escreve sobre o avô que abandonou o barco. este rumo não me interessa e por isso das duas uma: ou este blog acaba ou se parte a loiça. não me interessa nada projectar a imagem de que tudo está bem, que a vida com uma criança com multideficiência é o sétimo céu e que todos os que estão à nossa volta se portam excelentemente. porque nem habilitar uma criança com multideficiência é o sétimo céu nem todos os que estão à nossa volta se portam excelentemente. e como não quero acabar com este blog, só me resta partir a loiça, doa a quem doer.

este post foi começado em junho, mas ficou na forja. nem consegui acabar com o blog nem consegui partir a loiça. nem uma coisa nem outra. mais uma vez me convenço que o caminho está no meio e não em nenhum dos extremos. mas não me vou deixar condicionar por quem vem aqui espreitar sem comentar.

o avô abandonou o barco. o meu pai, que foi tão importante nos primeiros anos de vida do pedro, foi aos poucos deixando de aparecer. começou por deixar de dar o apoio que nos dava nos transportes do pedro entre a escola, terapias e casa, e depois progressivamente deixou de aparecer. é verdade que tem uma namorada e precisa de mais tempo para ele próprio, mas isso não explica este afastamento. meses e meses sem ver o neto, para quem era uma das figuras de referência. a mãedopedro diz que eu devia ter uma conversa com ele, mas não me apetece neste momento passar por uma ruptura definitiva, que é onde sei que uma conversa nos iria conduzir. as pessoas desiludem-nos, com o seu egoismo. resultados prácticos: o rame-rame do dia-a-dia ficou mais difícil para nós. para cobrir a ausência do meu pai, pedi flexibilidade de horário no meu trabalho, que é um direito de qualquer pai ou mãe de filhos menores de doze anos. no caso do filho ser portador de deficiência esse direito prolonga-se até uma idade com a qual me preocuparei quando o pedro fizer doze anos. um dia de cada vez, sempre. a flexibilidade de horário só não é possível quando isso afecta a prestação de serviços directos ao público ou utentes dos serviços, como é o caso dos professores. assim, se preciso de sair mais cedo, entrar mais tarde ou interromper o trabalho para consultas, terapias, reuniões, etc, não tenho que justificar ou pedir favores às chefias. fica tudo mais transparente. muitas vezes hesitamos em accionar estes direitos, pensando que isso nos deixa numa posição mais frágil em relação aos nossos colegas, mas a verdade é que se nos continuarmos a dedicar à vida profissional com zelo e competência, as coisas correm bem.

isto passou-se no final do ano lectivo passado. entretanto o irmão do pedro já tem carta de condução e começa também a ajudar-nos nesta gestão dos tranportes do pedro. foi ele que hoje, por impossibilidade minha e da mãedopedro, foi buscar o irmão à escola. mas esta ausência do meu pai fez-me sentir mais só. se até os familiares mais próximos se afastam... e eu e a mãedopedro deixamos de ter tantas oportunidades (que já eram poucas) para estarmos só os dois durante uns dias. quero acreditar que este afastamento do meu pai não tem directamente a ver com as deficiências do pedro, mas a verdade é que ficamos mais defensivos com o tempo e nasce-nos cá dentro um rugido de leão quando desconfiamos que alguém, seja ele quem for, está a rejeitar os nossos filhos por eles serem portadores de deficiências. para mim está cada vez mais claro que risco essas pessoas e levou muito tempo até conseguir assumir publicamente que risquei o meu pai. talvez seja esta a principal razão do meu silêncio por aqui. porque não conseguia escrever sem escrever sobre isto e até hoje não conseguia escrever sobre isto.

29 comentários:

Anónimo disse...

Pai do Pedro,
Entendo como se sente...
Partilho das mesmas circunstâncias, com a diferença que não tenho um blog para imprimir meus pensamentos.
Vc, sua esposa são pessoas que admiro à distância, pelas coisas que escrevem que muitas vezes me vai na alma, como mãe de uma criança deficiente, mas que simplesmente não sei como "botar para fora".
Vc foi autêntico, verdadeiro, mais uma vez agora quando expôs sua motivação pela ausência, que é justa e é sentida.
Desejo a vcs força e perseverança em todos os aspectos.
Cláudia

CláudiaMG disse...

Olá Pai do Pedro

Esse é o grande problema dos Blogues que não são restritos, no início somos desconhecidos, com o passar do tempo meio mundo sabe mais de nós do que nós próprios.
Compreendo a sua revolta e os sentimentos que estão por detrás dela, pois quando temos de começar a escrever com algum cuidado para não magoar "a" ou não magoar "b" pois sabemos que mais tarde esse "a" ou "b" nos vai ler, então é aí que temos de pensar muito bem se pretendemos ou não continuar como nosso espaço. É que para contar romances e lindas histórias então masi vale ir à FNAC comprar um livro.
No meu entender os nossos "cantinhos" só fazem sentido se formos completamente sinceros no que concerne aos nossos sentimentos. No entanto essa situação nem sempre é fácil de gerir e acaba por ser um "pau de 2 bicos".
Hoje você consegui ultrapassar essa barreira, expressou-se sobre um assunto muito delicado, mas foi sincero consigo e com todos.
Aplaudo de pé a sua autenticidade e sinceridade.

Um Abraço

CláudiaR

reb disse...

Paidopedro

Eu também aplaudo de pé a tua coragem!!!
Espero que não me sintam como intrusa nos vossos blogues. Admiro muito a honestidade que por aqui vejo, sou sensível a estes temas, já trabalhei com crianças especiais e sou mãe e todos os filhos, com ou sem deficiências, são especiais e sofremos por eles.

Quem me dera ser capaz de, às vezes, ter a coragem para espetar no meu blog sentimentos contraditórios que vou tendo em relação às pessoas que mais amo e me desiludem. Mas, em vez disso, escrevo numa espécie de diário para ninguém poder ler.
O meu coração bateu mais forte qdo li este post. É que, além de sermos pais, somos filhos e ninguém nos pode magoar tanto como os nossos pais quando precisamos deles e não estão lá.
Mas como acho que viver com ressentimento faz mal à saúde, penso que é bom partir a loiça na cara do nosso pai ou mãe, acordá-los ....e, um dia, ser capaz de o perdoar....talvez...sei lá...espero.
Abraço fraterno

reb disse...

voltei aqui, num impulso, escrever o que tenho estado a pensar:
ninguém na vida nos pode magoar mais do que os nossos progenitores!
Sofremos pelos filhos, preocupamo-nos com eles, mas temos a certeza de uma coisa: eles gostam tanto de nós como nós deles.
Quanto aos nossos pais, chegamos a ter dúvidas. Como podem não estar perto qdo precisamos deles?

O teu post tocou-me, já percebeste. Cresci com a sensação que a minha mãe não me compreendia. Gostava de mim, por ser sua filha, mas não me "adivinhava", não sabia "ler" as minhas expressões, atitudes, chamadas de atenção.
Talvez esse sentimento ( que nunca saberei se era real, ou simplesmente, sentido pela criança que eu era) tenha condicionado grande parte da minha vida, até mesmo a escolha da profissão e a necessidade de compreender os outros.

Hoje damo-nos bem, mas privamos pouco. Hoje eu sei que somos pessoas totalmente diferentes e que eu própria não consigo conhecê-la bem. Nunca sei se está alegre ou triste, é como se não tivesse variações de humor ( e eu tenho tantas...)
mágoas, sim, de vez em quando um gesto, uma palavra, acordam-me este sentir. Somos filhos toda a vida!...

Acho que nunca na vida pensei desbafar uma coisa assim num espaço aberto como são os blogues.
Escrevo pq sei que ela nunca aqui virá ler isto :)

paidopedro disse...

reb:

tenho (ou tive, já não sei bem) uma relação semelhante com o meu pai. pessoa reservada, sempre deixou o papel principal para a minha mãe, que era uma pessoa de personalidade muito vincada. quando a minha mãe morreu, pensei que teríamos finalmente oportunidade de estabelecer um relação directa pai-filho. e por algum tempo foi assim, embora as bases dos relacionamentos se estabeleçam quando nós somos pequenos. era-nos difícil a intimidade, o falar de coração aberto. mas uma coisa é a relação comigo, outra é a relação com os netos. e se lhe desculpo o afastamento em relação a mim, que me habituei a crescer e a viver sem grande apoio dele, é muito difícil perdoar-lhe o afastamento em relação aos netos e particularmente em relação ao pedro.

reb disse...

Compreendo-te tão bem!
Mas, se ele é, por natureza ( ou deformação) uma pessoa distante em relação aos filhos, como não o ia ser em relação aos netos?
Se calhar, não tem mais para dar do que isso...

O pior, para mim, é que essas pessoas não têm consciência da dor que causam nos outros.

reb disse...

Sabes, às vezes penso que os pais deles já foram assim com eles: pessoas distantes, pouco sensíveis. Se calhar, essa distância entre pais e filhos já acontecia há várias gerações. Depois viemos nós, uma geração mais atenta a estas coisas e, felizmente, quebrámos esse ciclo.

Não achas?

paidopedro disse...

reb:
a diferença é precisamente essa. nos primeiros anos de vida do pedro e da irmã do pedro ele foi muito próximo dos netos, que foram o seu alimento afectivo depois da morte da minha mãe. com a irmã do pedro ele tinha uma relação de cumplicidade muito grande e também ela foi esquecida. durante 10 anos os netos foram o seu alimento afectivo. nada justifica esta "traição".

reb disse...

Compreendo o que sentes e eu, no teu lugar, sentiria o mesmo, mas, como dizes, o senhor apaixonou-se. Sabes como são os velhos apaixonados, não sabes? Tornam-se uns "bobos", muito pior que os adolescentes ( o meu sogro apaixonou-se perto dos 70 anos e, durante uns anos, esqueceu que tinha vivido 50 anos com a sua mulher e que tinha 5 filhos e 10 netos).
Talvez ele não tenha energia para mais nada, talvez a namorada lhe exija tudo o que ainda tem para dar.
Percebo que sofras pelos teus filhos, mas eu penso uma coisa: é mais duro de aceitar para ti do que para eles. Para ti, que és filho, é reabrir uma ferida antiga, para os teus miudos ele é só avô. Têm pena mas não sofrem tanto como se fossem filhos.

Se eu estivesse no teu lugar, não sei, mas talvez falasse com ele, ou lhe escrevesse um mail.
Ele vai reconhecer...que diabo, o senhor não tem uma pedra no coração...tem que ser capaz de gerir as coisas: a namorada e a família.

reb disse...

Do que escreveste, reparei em duas coisas: 1º, se durante 10 anos esteve mto próximo dos netos, é pq não é uma pessoa tão insensivel. Talvez esteja só estupidamente apaixonado e com medo de perder a namorada...; 2º, se se afastou de todos os teus filhos, não deves pensar que rejeita o teu pedro pelos problemas que tem.
Pelo que contas, isso passa-se há pouco tempo ( questão de meses) e muito provavelmente ele conseguirá reorganizar-se. Mas talvez fosse melhor ele saber o que tu e os teus filhos sentem: saudades da parte deles, mágoa da tua parte.

Não sei se te devia dizer isto, mas há tantos homens assim... São tão pouco fiáveis nestas coisas, taõ incapazes de gerir os seus afectos, tornam-se tão egoistas...tão dependentes das namoradas..
E olha que falo de homens bem mais novos do que o teu pai :)

Anónimo disse...

Eu gosto deste blog, pela forma como escrevem, pela frontalidade e pelo exemplo que dão, com problemas ou não mostram sempre ser uma família (falo do pai, mãe e filhos) coesa e sintonizada que une esforços para lutar pelo mesmo caminho. O meu pai "desapareceu" desta mesma forma tinha ainda eu 15 anos, já lhe senti a sua falta e já senti mágoa, hoje em dia não sinto nada. Claro que entendo a preocupação de um pai que vê que o filho (ou que os filhos) estão a sentir isso relativamente ao avô, quando é connosco já temos estrutura para aguentar, mas custa sempre que alguém faça sofrer os nossos filhos. Mas apesar de todas as dificuldades logísticas com que estão agora, quero vos dizer que o Pedro tem a sorte de ter um pai e uma mãe fantásticos e estou certa que isso minimizará os danos causados pelo avô.

Cristina
http://blogs.clubedospais.pt/ccsantos

Anónimo disse...

" estupidamente apaixonado..."???
então?'' os avõs já criaram os filhos enquanto pais...agora os pais criam e assumem os seus filhos, na era actual que é bem diferente...
os avós já cansados pela vida e pelos anos, tem direito a tudo o que for possível, e apenas se dedicam integralmente aos netos, como unica forma de realização, se o desejarem, n´é?
claro que eram frios , não exprimiam os afectos, nós não sabíamos nem sabemos se nos "amam"?
então podem e devem largar e zarpar... até podem ir para o diabo sem nós, n´é?

nada devemos esperar, nem sequer exigir, aliás dada essa fissura existente entre gerações, penso mesmo que os filhos, e até mesmo os que têm "handicap" devem é estar com os pais, n´é?

e quem está na net é para isto, n´é? tem que assumir, dizendo
a verdade e ouvindo a verdade,n´é?

paidopedro disse...

anónimo das 15:04

há qualquer confusão no seu entendimento do que se está a falar.
1 - a expressão estupidamente apaixonado não é minha, mas tem que concordar que qualquer paixão pode ser designada assim, sem nenhum carácter pejorativo.

2 - é lógico que a responsabilidade primeira dos filhos é dos pais. os avós têm outros papeis. ninguém põe em causa o direito de seja quem for ser dono e senhor da sua vida.

3 - não se cria laços afectivos importantes com uma criança e depois se desaparece sem qualquer explicação. é lógico que este é um erro que mais tarde será de alguma maneira pago. os meus filhos estão muito mais zangados com o avô do que eu.

4 - as pessoas, e principalmente as crianças, não são objectos que se utiliza quando se precisa deles e depois se larga quando aparece um novo "objecto" de interesse.

5 - seja em que idade for, um namoro, uma relação é perfeitamente conciliável com a vida familiar. se assim não fosse, os filhos quando casam mandavam os pais dar uma volta. se o meu filho desaparecesse porque tinha uma namorada, ou porque tinha casado, eu ficaria igualmente desapontado.

espero que agora perceba o que está realmente em causa.

reb disse...

Bem, a expressão "estupidamente apaixonado" é minha!
Não pretendia ser perjorativa, referia-se a um estado de "cegueira" próprio de algumas pessoas que, ao apaixonar-se, deixam de conseguir ver algo à frente além do "objecto de amor".
Conheço casos e, em particular, pessoas de mais idade!
Quanto à identidade "avós", ela refere-se a "netos". Tal como nós somos homens e mulheres mas tb pais e mães e temos que conciliar tudo, os avós, apesar de não serem os pais, têm "obrigação moral" de ter um papel na vida dos seus netos, seja esse papel qual for. Tratando-se de crianças, para quem "avô" e "avó" são laços de parentesco importantes ( as pessoas mais próximas depois dos pais), um afastamento radical causa-lhes, obviamente, sofrimento!

Anónimo disse...

até sou um ´gajo´inteligente, penso.

gosto de tempo em vez sair, por aí e observar. nas diversas observações, entram ´alguns´avós que se relacionam com as crianças de forma desastrosa, desde moralismos para adultos, até expressões menos próprias ou até mesmo ameaças: assim não te dou, ou faço, olha os teus primos, assim não gosto de ti, ou aquele pesado silêncio presencial, etc.

Você Excelente Pai do Pedro, é um romântico, e crê piamente no nucleo familiar alargado, no contexto social e socializante, crê naturalmente. mas é assim. e assim irá perdendo a inocência.
Por certo que se o avô tivesse criado laços afectivos autênticos com o neto especial,(não quero falar dos outros dois netos que são jovens, e têm um imenso mundo em torno de si)não se teria afastado sem dar ´cavaco`. mas, repito, Excelente Pai do Pedro, os humanos são assim, surpreendentes.

Já tentou saber a razão desse afastamento, através de uma conversa? Não aparece, porquê?faltam alguns dados relativamente ao momento e forma como se deu o afastamento.
Todavia é bom lembrar que os filhos por vezes também são cruéis para com os pais, e numa determinada fase de vida não têm consciência disso.
note-se também sou filho e pai.

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Dona Reb, não me dê lições, Ok?

paidopedro disse...

caro anónimo:

se se chega aos 46 anos com (alguma) inocência, já não se a perde. a que me resta, não a deixo fugir e recuso-me a substituí-la por amargura.

agradecia que não usasse um tom rude para com os outros comentadores deste blog, que é, por natureza e minha vontade um espaço de livre e civilizada expressão.

Anónimo disse...

Eu gostava de reafirmar aqui que, sem qualquer ironia, afirmo que o pai do pedro é um excelente pai sim. O que faz dele excelente? penso que se calhar é essa ingenuidade que foi falada que o faz acreditar que é possível sim haver um núcleo familiar alargado, que seja possível que um pai, avô, tio ou mesmo até amigo tenha um amor incondicional por um miúdo portador ou não de deficiência mas que precisa de apoio e ajuda. Se calhar também pretenso à classe dos ingénuos, tal como a mãe da Rita por exemplo que é uma menina que não anda, não vê e não fala, mas que a mãe acredita que ela pode ter pessoas que conseguem entrar nela, falar com ela, faze-la ver e conhecer o mundo, que a amem incondicionalmente e que a façam feliz estabelecendo laços afectivos com ela. Conheço muita mulheres assim, conheço muito poucos homens, mas sem dúvidas que eles existem e o pai do pedro é um deles. Eu tive um pai que não conseguiu estabelecer laços afectivos comigo e claro também não conseguiu com os netos. Que pelas divergências que teve com a minha mãe (e não interessa minimamente quem tem razão) se esqueceu dos laços com os filhos (e netos) e "desapareceu"... tenho pena que assim seja e ingénua ou não acredito que a tendência da nova geração será haver cada vez homens como o pai do pedro que ingénuos ou não lutam pelo que acreditam, são capazes de estabelecer verdadeiros laços de amor incondicional e falam das coisas com frontalidade. Por favor pai do pedro nunca deixe de ser assim.

Cristina
http://blogs.clubedospais.pt/ccsantos

Anónimo disse...

Já percebemos que temos linguagens diferentees e não nos entendemos, melhor não comunicamos, mas a Internet é assim, uma comunicação parcial e equívoca.

paidopedro disse...

muito pelo contrário. cada opinião enriquece o todo. não pretendo que este blog seja veículo para apenas uma forma de ver as coisas. o facto de não concordarmos em tudo não quer dizer que não comuniquemos e agradeço-lhe sinceramente o seu contributo para este tópico.

Anónimo disse...

aquilo que eu disse "a internet é assim, uma comunicação parcial e equívoca",
parcial aqui não tem conotação ideológica, antes sim de "parte", talvez fosse mais adequado "parcelar", mas fiquemos assim.

o que queria dizer com parcial era que não há voz, nem gesto, nem rosto/carne, logo apenas opiniões e ideias em texto, logo como já sentimos, nós pensamos dizer/escrecver uma coisa, e logo alguém a interpreta por outra.
claro que esta disrupção comunicacional, também acontece frequentemente ao vivo. ao fim e ao cabo, aqui até estamos mais protegidos.

por outro lado ainda como sou inteligente, logo me apercebi que esta arena é democrática. se assim não fora, não me atrevia a entrar no palco, com as minhas opiniões, contestáveis, concerteza. mas a experiência conta muito.

por último, falando apenas de mim,digamos que de inocência quase nada me resta, mas de igual modo também não me permito a entrega à amargura. sou realista apenas, e prezo imenso o respeito que nutro pelo Outro. penso que é esse respeito que me traz aqui à escrita neste blogue de tempo em vez.tenho dito.

Anónimo disse...

Desculpe, pai do Pedro mas gostáva de deixar um conselho, NÃO deixe nunca de escrever, de sentir, de contar a história do seu filho, pois ao contá-la está a ajudar outro pais, que lutam diariamente pelos seus filhos e em especial pelos seus filhos que têm dificuldades MAS, feche os comentários, aprove cada comentário antes de o publicar, e quem quer emitir opiniões "tão democráticas" como este/esta anónimo que se identifique, por favor.
Como também tenho um blogue e não desejo partilhá-lho com este/esta anónimo, vou também eu subscrever-me como anónima mas, deixando aqui um abraço muito especial para a vossa familia e desejo que a vossa luta vá produzindo frutos!

LOBITAS disse...

É muito triste quando percebemos que os nossos próprios pais por uma razão ou por outra não estão do nosso lado, na nossa luta.
por isso muita força e que tudo corra bem, pode ser que venha a perceber o erro que está a cometer, vamos esperar é que não seja muito tarde.
na alcateia esse problema também existe não tanto com os avós mas mais com os tios e tias, mas enfim a vida éw para a frente.
Beijinhos grandes da alcateia

LOBITAS disse...

Estive a ler os comentários apresentados até agora, as coisas estiveram renhidas, é por esta boa discução que gostamos de vos ler e aprender com vocês.
Tudo de bom para a vossa alcateia.

Anónimo disse...

Já pensaram em agradecer ao avô do Pedro. è certo que a sociedade tem que se responsabilizar pelos seus utentes (deficientes e eficientes), mas os pais são os principais responsáveis e não devem atirar para os outros o qu é da sua responsabilidade (a função mais efectiva de cuidar e educar). Não temtem dar uma imagem tão explendida.Por vezes quem lê também vos conhece pessoalmente.

Anónimo disse...

Acho que sim! quem partiu a loiça desta vez foi o avô. Lá terá as suas razões.

Anónimo disse...

Tem um mimo para si... não resolve... mas espero que dê força.
Um abraço,
kiss mamã Sofia

reb disse...

Vim aqui espreitar e fiquei triste.
Como é possível que pessoas, na qualidade de anónimos, venham poluir este espaço com comentários ofensivos?!!
Este era um dos espaços mais honestos que conheci. Não é possível partilhar sem ser atacado???
Paisdopedro, o que vos posso dizer é que não se deixem perturbar por pessoas de má fé!
Cada vez compreendo melhor as pessoas que colocam "moderação de comentários" nos seus blogues. Coisa que eu, anteriormente, não compreendia...
Um beijo

paidopedro disse...

reb, não me afecta minimamente. há quem nos conheça e há quem não nos conheça e pense que sim. tenho consciência que fomos coleccionando algumas inimizades ao longo deste percurso, principalmente porque nos recusamos a ficar na mó de baixo. pessoas com problemas mas constantemente a levar a vida a vida prá frente e sem baixar a cabeça, é coisa que incomoda algumas pessoas, pois não nos deixamos tratar como coitadinhos.

Kaoro disse...

Olá Pai do Pedro,
Não tenho filhos, mas a minha sobrinha por ter caido de um prédio do 3º andar ficou deficiente, sei bem o que é não ter mais ninguem a quem nos agarrar...Infelizmente estou longe da minha família, não acompanho de perto a evolução da minha sobrinha, nem posso ajudar a minha irma, o importante é ela saber que nunca estará sozinha.Tal como tu e o pedro + a mãe nunca estarão sozinhos. Força e continua com essa coragem invejável.