aparentemente são apenas palavras
este blog tem andado meio calado, porque está triste. não sei se tristeza será o termo mais adequado, talvez seja mais desânimo... ou talvez não. o plano educativo individual proposto pela escola do pedro tem algumas frases com as quais não concordamos, por serem redutoras das expectativas no pedro, e consequentemente, indício de um menor investimento por parte dos agentes intervenientes. a avaliação psicológica então deixa muito a desejar. vê-se à légua que foi elaborado à pressa, para despachar serviço, começando por se afirmar que não se têm instrumentos de avaliação adequados à situação do pedro e terminando com uma avaliação nada abonatória, que não reproduzo, porque ainda vai ser objecto de discussão em reunião próxima. incomodam-me sobremaneira estes técnicos que do alto da sua doutorice lançam frases sem pensarem nas consequências que o registo escrito pode ter. dizem-nos os leitores deste blog, habituados a estas andanças, que não se pode ligar muito a isto, que os principais motores da estimulação dos nossos filhos temos que ser nós. não concordo. ou por outra, não aceito. os técnicos que trabalham com os nossos meninos têm que ser tão bons e tão conscientes do seu trabalho e das consequências dos seus actos como qualquer outro profissional. como nós temos que ser bons nas nossas actividades profissionais e pensarmos nas consequências dos nossos actos. temos que confiar que quem lida com os nossos filhos "especiais" está ali para dar o seu melhor, em função das crianças, e não em função dos seus interesses pessoais, da sua promoção, ou da defesa de uma pretensa infalibilidade. se não têm essa capacidade, então nunca deveriam ter vindo trabalhar para uma área tão sensível como esta. incomoda-me também quem não é capaz de aceitar que errou, que foi leviano, e tenta perpetuar o erro, porque têm uma estranha regra interna que lhes diz que, aconteça o que acontecer, não podem admitir o erro ou a precipitação.
o que salva esta questão, espero eu, é que estes documentos têm que ter a aprovação dos pais ou dos encarregados de educação. nunca devem ser assinados sem serem lidos atentamente, digo eu que já meti argoladas neste campo. são registos que ficam no processo dos alunos e que podem servir de escudo para o não investimento ou para o baixar dos níveis de exigência, no futuro. um registo, que surge num determinado contexto pode ser completamente descontextualizado e utilizado com outro sentido. dizem-nos que estes planos podem sempre ser revistos e o seu conteúdo alterado de acordo com a evolução dos alunos, mas é melhor não confiar.
claro que não é a primeira vez que isso nos acontece. já por duas ou três vezes que tivemos que "afastar" profissionais da equipa do pedro, por acharmos que não estavam a contribuir de maneira positiva para o desenvolvimento desta dinâmica que é a habilitação duma criança que nasce com deficiência. pessoas que só nos apontam aquilo que ele ainda não faz ou que se armam em futurologistas negativistas não nos interessam, e isto não é esconder a cabeça na areia como as avestruzes. é lutar pelo direito de acreditarmos e termos forças para darmos o nosso melhor.
5 comentários:
PaidoPedro, interessam-me esses planos. Até que ponto os pais dos meninos especiais do nosso país estarão informados da sua capacidade de intervenção? Em muitos casos com que contacto nem têm qualquer informação relativamente aos seus direitos mais básicos. E quantas vezes lhes falta a preparação para poder intervir como o fazes e muito bem junto dos técnicos. Será que daí decorre esse desleixo incompreensível? Concordo contigo, profissionais são profissionais. E nesta área lidam-se com futuros, não é mesmo para brincar em serviço. Como se procede para aceder às informações necessárias para intervir e pressionar?
Um abraço aí para casa e força. Não está triste nem desanimado o blog, este post é bem um alerta para quem o leia ou divulgue. Se o estado não apoia passemos nós palavra e prática.
Pois...
Eu sei as capacidades do meu menino não são poucas e acredito que se estes meninos especiais mostrarem saber 10 % é porque na prática sabem provevelmente 80 %...o mostrar no caso deles pode não ser óbvio , nem fácil. Trata e obriga a tratar o teu filho como ele merece, pois se o integras numa instituição de malucos ele fica maluco, se o tratas como menos capacitado...é isso que ele será. Não ! Trata-o como um individuo que tem muito para aprender. Como mostrar isso a quem devia saber ? Não sei. O meu filho entende tudo o que falamos, no entanto fala pouco e já reparei que a educadora do ensino especial anda-lhe a ensinar, cão, gato...pó-pó, etc...(essas palavras até já ele diz) Bem , onde é que isso já vai. Ele sabe as cores, formas, nomes de animais mais esquisitos, tipo coruja, castor, caracol...etc...logo o que ela faz é substimá-lo. Felizmente ele tem muito mais apoio e obviamente que lhe direi que achei o o trabalho dela esta ano muito aquém das capacidades do meu filho...
Mas ainda me tomam por tonta ou alienada, então vou ensinando o Pedro e ele encarregar-se-á de mostrar rapidamente o "erro" deles...não tenho muita paciência para me stressar com isso, mas não é conselho para ninguém. Acho que deves fazer valer o teu ponto de vista. Boa sorte.
Ninguém conhece melhor os filhos do que os pais.
Acho que devem fazer valer o vosso ponto de vista também.
Força e boa sorte.
Abraço para todos.
Olá pais do Pedro, antes de mais queria agradecer o contacto que me mandaram, pois tem sido muito utíl.
mandem-me novamente um mail, pois sem querer eliminei-o.
Desanimo, é uma palavra, quer dizer é mais uma fase menos boa, é como um suspiro que nos faz pensar em coisas menos positivas, mas força aí...
Por vezes essas "conclusões" dos profissionais que trabalham com os nossos filhos revoltam-me, é certo que ainda não sei muito bem como lidar com elas, mas com o vosso alerta estarei muito mais atenta e também muito mais corajosa, obrigada pela vossa partilha, e muita força.
Beijinhos grandes da alcateia
Concordo consigo, aliás.. a resposta é a mesma que dei no tópico anterior.. Os pais são muito importantes na vida dos filhos.. a seguir são os técnicos (educadores de infância, educadores especiais, assistentes sociais.. etc..)
confissoesdeumasurda.blogs.sapo.pt
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