quinta-feira, fevereiro 22, 2007

reacção primária

hoje, depois de apanhar o pedrinho na escola, quando vinhamos de carro para casa, vi um homem do mesmo tipo do meu, com o mesmo ar descontraído e meio-aluado que eu costumava ter. à frente dele, no passeio, um miúdo pouco mais novo que o pedro corria, alegre. momentaneamente vi-me invadido por aquela angústia profunda, aquele nó na garganta, aquela tremura nos olhos que tão bem conheço, mas que há muito não sentia. ainda tenho pena de mim próprio por ser paidopedro? acho que é mais a sensação de medo de não conseguir. foi um momento, um momento apenas. aquela identificação de pessoas "na mesma onda" com aquele outro pai despoletou, sem que eu tivesse qualquer oportunidade de controlo, uma reacção primária de dor, de insegurança.

5 comentários:

Grilinha disse...

Olá, já tinha saudades vossas.


Entendo...entendo...

Saudades do papá descontraído ?

Mas nós gostamos de ti assim. Também ganhaste tanta coisa positiva, não é?

és e serás capaz. Tens uma familia maravilhosa e diferente, pois um de vós é muito especial. Tira partido disso e esquece as comparações....sei que foi só um momento ! Quem não os tem ? Beijinhos.

Anónimo disse...

Eu tenho tantas vezes...tou ainda num no principio do trilho turtuoso que tenho à minha frente. Já tive coragem, muita força...neste momento estou na fraqueza...nos porquês, nas angústias, na revolta...e ao ler os vossos post...pergunto-me se ão estou a ser egoísta...
Achoa que também é só momentos...que acredito que tendem a desvanecer.

beijos
à família coragem

Anónimo disse...

Ah esqueci-me de assinar

Patrícia e Rodrigo

Berço de Amor disse...

Somos todos humanos e anormal seria não o sentires. Se todos os pais querem o melhor para os filhos, nós certamente, não somos diferentes e ao vermos a beleza de um momento simples é mais do que normal todos os sentimentos que nos envolvem abanarem a nossa resistência. Mas rapidamente percebemos que os nossos momentos, que são diferentes, são igualmente felizes e acima de tudo vividos com muito amor. Beijos

Anónimo disse...

Lembro-me do pai do pedro descontraído, sereno, e pacato que lá das alturas(é que são quase 2 metros!!!) me olhava , com um ar de quem tem toda a vida para observar aquele único momento, tal era a calma do seu olhar e a falta de vontade de viver a vida em correrias.
Pois é meu querido amigo, não estranhes esses sentimentos que, momentaneamente te invadiram. És humano. Mas imagino que agora ainda mantenhas esse olhar sereno, apeasar de, de vez em quando, ser salpicado por sobressaltos, porque a vida te deu uma oportunidade única de seres o PAI de um menino lindo, muito especial, que apesar de todas as angústias que te possa condicionar, te mostra a todo o momento o quanto especial também és.
Gosto muito de ti. Que bom ter tido a felicidade de conhecer este AMIGO
Um xi-coração pra TODOS VÓS