terça-feira, novembro 07, 2006

andar

ontem foi dia de consulta de fisiatria. o fisiatra tem uma óptima relação com o pedro, é daquelas pessoas que sabe cativar as crianças através de brincadeiras e "maluquices", o que facilita imenso as consultas. foi também o primeiro médico a fazer-nos acreditar. mais tarde confessou-nos que nas primeiras consultas viu o prognóstico do pedro muito resevado, agradecer-lhe-ei sempre a "mentira". mas voltemos à consulta de ontem. os músculos da perna direita estão mais espásticos. isso já o sabíamos porque tem sido mais difícil forçar a extensão. desta vez não vale a pena fazer toxina botulínica, que o pedro tem feito várias vezes para o tratamento da espasticidade. falou-se em operação. o pedro já foi operado uma vez, há cerca de ano e meio, por causa deste mesmo problema, mas a tendência para a espasticidade parece ser muito forte e passado este tempo estamos outra vez com o mesmo problema. a outra operação não foi uma experiência muito boa, o joelho ficou bom, mas o ortopedista operou também os tendões de aquiles que estavam ligeiramente retraídos e deixou-os muito "soltos", o que tem sido um problema adicional para o desenvolvimento da marcha. claro que falar novamente em cirurgias é problemático, gato escaldado de água fria tem medo... mas desta vez a ideia parece ser outra. há um grupo norteamericano com bastante experiência em cirurgia na paralisia cerebral que tem uma abordagem mais dinâmica do problema. o problema parece ser que os ortopedistas portugueses na generalidade têm uma visão puramente anatómica da questão e quando operam preocupam-se principalmente em repor a anatomia normal, mas como a criança tem paralisia cerebral, não consegue utilizar essa normalidade anatómica e o problema volta a aparecer. este grupo norteamericano antes da operação faz uma análise dinâmica da marcha e além de repor a normalidade anatómica reestrutura a parte muscular (chegando inclusivamente a mudar a inserção dos músculos). pelos vistos é uma abordagem muito mais personalizada e com uma estratégia específica para cada caso. bem! temos que pesquisar, assimilar e tomar decisões. ainda bem que não há urgência na decisão, a operação a ser não tem que ser para já. o pedro está a desenvolver o automatismo da marcha, com a ajuda das botas adaptadas (vai ter umas novas que estas já "bateram" quase um ano) e parece-me que isso agora é o mais importante. mesmo que as pernas não estejam completamente esticadas.

1 comentário:

Grilinha disse...

Fazem bem em analisar com cuidado. Estou certa que acabarão por encontrar a solução mais acertada.

Um beijo