quinta-feira, novembro 16, 2006

para acabar de vez com a questão dos amigos

para encerrar a questão, sem querer parecer obcecado pelo assunto. se todos nós queremos e trabalhamos todos os dias para que os nossos filhos e todos os outros cidadãos portadores de deficiência tenham uma integração plena na sociedade, sejam respeitados, valorizados, como podemos aceitar que no círculo dos amigos (o segundo círculo de sociabilização das crianças a seguir à família alargada), não haja aceitação plena dos nossos meninos? porque é que, em nome sei lá do quê, desculpamos estas situações? não estaremos a fazer uma perigosa concessão? não estaremos a preparar-nos para no futuro, quando eles estiverem "por conta própria", e oxalá o estejam, lhes dizermos, "deixa lá", "as pessoas são assim", "não ligues", quando eles forem alvo de descriminação? é este, para mim, o cerne da questão. há sociedades em que a tolerância e o respeito pela diferença são valores efectivos e não vejo razão nenhuma para que no nosso país não seja assim também. se temos que lutar para que assim seja, porque não começamos no nosso círculo mais próximo, na nossa "tribo"?

5 comentários:

bettips disse...

Pai e mãe do Pedro: ele é tão lindo! Aqueles olhos de amor...E a vossa luta tão...especial. Tocou-me muito, ler-vos. Vim pelo "Baú" onde percebi melhor as grandes dificuldades (as pequenas conheço) e contudo, uma sensibilidade enorme e marcante. Abraços para vós.

Flôr disse...

Mas quando somos tão mal-tratados pelo Governo, como podemos esperar compreensão, dos outros? Temos o exemplo dos atletas portadores de deficiência, que são os mais medalhados. Quem dá valor a isso???
Há toda uma sensibilização que nunca foi feita.

Maria Romeiras disse...

Pai e Mãe do Pedro, essa educação social para a diversidade faz falta; é uma questão de bom-senso, todos somos diferentes, todos mudamos todos os dias; não faz sentido estigmatizar.

Estudo essa área, a minha tese é sobre esse estigma, esse comportamento de poder do suposto ser normal em relação ao não padronizado.

E, acreditem, pelo facto de estar a estudar o tema, já sou ostracizada por alguns familiares, colegas e amigos.

Tudo passa pela educação cívica e caseira, pelos valores que transmitimos, o meu filho cresceu entre amigos com diversas características, quantas crianças têm esse PRIVILÉGIO? Ele é um felizardo porque sabe comunicar de diversas formas, brinca com muito mais amigos e um dia, se um dos seus filhos precisar de ser apoiado de uma forma particular, estará preparado.

Acho que temos que ser activistas nestas coisas, concordo em absoluto convosco, não admito determinadas mentalidades que agridem e prejudicam o são desenvolvimento de uma criança e da sua família em condições de particular necessidade de integração.

Um abraço enorme para todos.

Grilinha disse...

Meus queridos

Tens razão...
Eu sempre fui das que nunca discriminei ninguém, e felizmente continuo a não discriminar...e de facto os amigos, devem fazer um esforço por ultrapassar a barreira do medo e do desconhecido...
Dái não suporto atitudes "de medo"...Porém, com aqueles que não conheço...tento "mostrar" que a diferença é "normal", bonita e nada assustadora. Cabe a eles reagir...aproximarem-se ou afastarem-se. O meu JP, tem atraído suficientes pessoas simpáticas...aos poucos, mais e mais...
Um beijo

Anónimo disse...

Penso que é uma questão de egoísmo. Acho que já reagi assim em algumas situações.Olhos que não vêm coração que não sente...uma espécie de barreira ao sofrimento que depois não conseguimos desligar...Não sei. Mas, principalmente depois de sermos mães, mudamos muito. Apreveite apenas aqueles que valem a pena. Um abraço. Lina